Proposta Bilíngue
Semântica e Pragmática
Proposta Bilíngue
O bilinguismo vem ganhando
forças não apenas pelo fracasso de ensino e aprendizagem do sujeito surdo, mas
por pesquisadores se interessarem pela temática. O Bilinguismo começou a ganhar
espaço mundialmente com o movimento do multiculturalismo, a luta de várias
minorias pelo direito à sua cultura e contra a subserviência a qual eram
submetidas. Partindo deste discurso a luta dos surdos pela Língua Brasileira de
Sinais muitas vezes marginalizada pela sociedade, utilizada na maioria das
vezes fora da unidade escolar pelo fato dos profissionais não saberem
comunicar-se através da mesma, vem ganhando credibilidade com as pesquisas
realizadas por pesquisadores como: Stokoe (1960 p.22) e Wilcox (2005 p.43)
aponta o quanto é recente o reconhecimento da Língua de Sinais como língua, que
só começa a acontecer por volta de 1960, nos EUA, com os trabalhos de Stokoe,
que publicou o primeiro dicionário de Língua Americana de Sinais (ASL).Estudos
gramaticais sobre a ASL apontam reflexões sobre a impossibilidade de utilizar uma
língua visual e oral-auditiva ao mesmo tempo, devido às suas diferenças
intrínsecas.
O Brasil reconheceu a Língua Brasileira de
Sinais legalmente com a lei de nº10. 436, de 2002, a mesma foi regulamentadas
por meio do decreto nº 5.626, em 2005.
Diante do exposto é necessária uma proposta de ensino
voltada para as particularidades do sujeito surdo, coerente com os discursos em
torno do ensino e aprendizagem que valorize de fato e direito as
potencialidades do individuo com surdez. Vygotsky (1926/1993) salienta que os
esforços educacionais devem se centrar no que a criança possui de preservado e,
nesse caso, pensar a surdez como propiciadora de desenvolvimento, por meio de
uma experiência visual significa dar à criança Surda, reais possibilidades de
participação e construção de uma Identidade Positiva.
Segundo Gesueli (2004 p.15), as
propostas educacionais bilíngues remetem, cada vez mais, à importância da
participação de Surdos no processo educacional. Esse aspecto, já ressaltado por
Souza e Góes (1999: p.184), requer a participação do Surdo, mas como
profissional valorizado, como sujeito de referência em relação à leitura de
mundo construída por meio da Língua de Sinais. As autoras chamam a atenção para
a necessidade de mudanças, visto que a presença de Surdos no processo
educacional não pode continuar a ser considerada mera facilitadora ao acesso da
Língua Portuguesa.
Svartholm (1998, p.43), que traz experiências bem sucedidas
de bilinguismo na Suécia, afirma que, para os Surdos, a língua escrita é
percebida e interiorizada totalmente pela visão e não representa um código
escrito a ser decifrado. Sua compreensão da língua escrita não se dará pelo
auditivo, mas pela mediação entre a Língua de Sinais e a Língua Escrita.
Partindo desta premissa existe a necessidade de uma prática pedagógica que faça
a diferença no contexto escolar do individuo surdo que aponte novos horizontes
em que possa contribuir para uma formação acadêmica sólida de forma autônoma,
sem deficiência no processo de ensino e aprendizagem que favoreça a aquisição
da Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa.
É preciso que, além de aprender e ensinar Libras, as escolas
também se preocupem com todos estes fatores e, que medidas urgentes possam ser
tomadas para o cumprimento integral do decreto 5626/05 que também exige o
ensino da língua portuguesa para os surdos brasileiros, visto que uma
verdadeira educação bilíngue lhes proporcionará maior aproximação com as
pessoas do mundo em que vivem, interage e constrói sua identidade.
Semântica
Semântica (do grego σημαντικός,
sēmantiká, plural neutro de sēmantikós, derivado de sema, sinal), é o estudo do
significado. Incide sobre a relação entre significantes, tais como palavras,
frases, sinais e símbolos, e o que eles representam, a sua denotação.A
semântica linguística estuda o significado usado por seres humanos para se
expressar através da linguagem. Outras formas de semântica incluem a semântica
nas linguagens de programação, lógica formal, e semiótica.
A semântica contrapõe-se com
frequência à sintaxe, caso em que a primeira se ocupa do que algo significa,
enquanto a segunda se debruça sobre as estruturas ou padrões formais do modo
como esse algo é expresso (por exemplo, escritos ou falados). Dependendo da
concepção de significado que se tenha, têm-se diferentes semânticas. A
semântica formal, a semântica da enunciação ou argumentativa e a semântica
cognitiva, fenômeno, mas com conceitos e enfoques diferentes.
Pragmática
Pragmática é o ramo da linguística
que estuda a linguagem no contexto de seu uso na comunicação. As palavras, em
sua significação comum, assumem muitas vezes outros significados distintos no
uso da língua e, mais recentemente, o campo de estudo da pragmática passou a
englobar o estudo da linguagem comum e o uso concreto da linguagem, enquanto a
semântica e a sintaxe constituem a construção teórica. A pragmática, portanto,
estuda os significados linguísticos determinados não exclusivamente pela
semântica proposicional ou frásica, mas aqueles que se deduzem a partir de um
contexto extralinguístico: discursivo, situacional, etc.
A capacidade de compreender a intenção do locutor é chamada
de competência pragmática. A pragmática está além da construção da frase,
estudado na sintaxe, ou do seu significado, estudado pela semântica. A
pragmática estuda essencialmente os objetivos da comunicação. Como exemplo,
suponha uma pessoa queira fazer uma segunda pessoa não fumar numa sala. Pode
simplesmente dizer, de uma forma muito direta: "Pode deixar de fumar, por
favor?". Ou, em alternativa, pode dizer: "Huumm, esta sala precisa de
um purificador de ar". Repare que a palavra 'fumo' ou 'fumar' não é
utilizada, mas indiretamente revela a intenção do locutor.
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