domingo, 26 de abril de 2015
sábado, 25 de abril de 2015
Relfexões sobre a formação continuada para professores
Entende-se que formação continuada é um processo continuo, permanente e integrado do dia a dia dos professores e da própria instituição de ensino. No entanto a formação continuada não é construída apenas de conhecimentos teóricos e de praticas necessárias ao que fazer pedagógico e sim assume ressonância nas esferas politicas.Desse modo busca-se identificar as dificuldades que os professores encontram no seu cotidiano escolar, a insatisfação, e desmotivação.
A formação continuada para professores nesta visão, adquiri uma nova finalidade uma vez que, se busca formar um professor como junção de transformação social dedicado a criar uma atitude democrática escolar. Segundo LIBANEO 2004.
A formação continuada pode possibilitar a flexibilidade e a mudança nas praticas docentes, ajudando os professores a tomar uma consciência das suas dificuldades compreendendo-as e elaborando formas de enfrenta-la de fato, não basta saber sobre as dificuldades da profissão é preciso refletir sobre elas e buscar soluções de preferencia mediante as ações coletivas. (LIBANEO, 2004)
No meu ponto de vista a formação continuada para professores contribui para a pratica escolar além de promover uma visão ampla, tornando-o um profissional capacitado, seguro e democrático. No entanto auxilia o educador na resolução das dificuldades encontradas no cotidiano escolar.
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5. ed. revista e ampliada. Goiânia: Editora Alternativa, 2004.
A Escola Álvaro Câmara conta com o amparo do poder municipal para investir na formação continuada de seus professores, adotando como o programa de alfabetização ALFA e BETO, e disponibilizando seus professores para que possam se capacitar, exigindo do poder municipal, cursos de capacitação principalmente para os professores alfabetizadores. Esse ano de 2013 os professores alfabetizadores estão sendo comtemplados com o programa PNAIC (Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa) que tem âmbito nacional e dará uma bolsa de R$ 200,00, aos alfabetizadores de 1º a 3º ano, e em turmas multisseriadas, essa bolsa só será dada aos professores cadastrados no senso de 2012. O poder municipal contribuindo nesse processo financiou a bolsa para os professores cadastrados esse ano.
Para a formação continuada dos professores e de extrema importância que as autoridades competentes estejam empenhados participando ativamente desse processo, pois como professores sabemos das dificuldades enfrentadas no nosso cotidiano para se ter uma educação de qualidade e só através de nossos gestores juntamente com todos os professores, poderemos formar uma corrente transformando nossa educação, e o caminho e a formação continuada, pois o mundo não para e constantemente está mudando e cada dia exigindo mais conhecimento e dinamismo de seus educadores, e o município que não investir na capacitação de seus educadores ficara perdido no marco da história.
A Lei nº 11.502, de julho de 2007, atribui à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) a responsabilidade pela formação de professores da educação básica – uma prioridade do Ministério da Educação. O objetivo é assegurar a qualidade da formação dos professores que atuarão ou que já estejam em exercício nas escolas públicas, além de integrar a educação básica e superior visando à qualidade do ensino público. A Política Nacional de Formação de Professores tem como objetivo expandir a oferta e melhorar a qualidade nos cursos de formação dos docentes. A formação continuada possibilita ao docente a aquisição de conhecimentos específicos da profissão, se tornando assim seres mais capacitados a atender as exigências impostas pela sociedade, exigências estas que se modificam com o passar dos tempos, tendo então o educador que estar constantemente atualizado. Pois, conforme, Sousa 2008:
Ser professor, hoje, significa não somente ensinar determinados conteúdos, mas sobretudo um ser educador comprometido com as transformações da sociedade, oportunizando aos alunos o exercício dos direitos básicos à cidadania. (SOUSA,2008)
A formação continuada é de suma importância para a pratica do professor em sala de aula, pois ele precisa estar em constante renovação de seus métodos e didáticas visando oferecer o melhor para os educandos. Os professores da escola José Fernandes Vieira, participam das formações oferecidas pela Secretaria de Educação do Município de Maranguape são elas: O Programa ALFA e BETO cuja duração é de um ano e se destina aos alunos do 1º ano do Ensino Fundamental, o PAIC É um programa de cooperação entre Governo do Estado e municípios cearenses com a finalidade de apoiar os municípios para alfabetizar os seu alunos
sexta-feira, 24 de abril de 2015
MATRIZ DE REFERÊNCIA DE LÍNGUA PORTUGUESA 4º ANO ENSINO FUNDAMENTAL
Matriz de Referência de Língua PortuguesaTópicos e seus Descritores – 4ª Série do Ensino Fundamental
I. Procedimentos de Leitura
D1 Localizar informações explícitas em um texto.D3 Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.
D4 Inferir uma informação implícita em um texto.
D6 Identificar o tema de um texto.
D11 Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato.
II. Implicações do Suporte, do Gênero e/ou do Enunciador na Compreensão do Texto
D5 Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto,etc.).
D9 Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.
III. Relação entre Textos
D15 Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos quetratam do mesmo tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em
que será recebido.
IV. Coerência e Coesão no Processamento do Texto
D2 Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituiçõesque contribuem para a continuidade de um texto.
D7 Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.
D8 Estabelecer relação causa/conseqüência entre partes e elementos do texto.
D12 Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções,
advérbios, etc.
V. Relações entre Recursos Expressivos e Efeitos de Sentido
D13 Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados.D14 Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.
VI. Variação Lingüística
D10 Identificar as marcas lingüísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto.
RELATÓRIO DE ANAMNESE
Durante a
entrevista para a realização do diagnostico a mãe apresentou-se um pouco
desconfortável com as perguntas, em seus relatos, a mãe deixa claro que apesar
da gravidez não ter sido planejada por ter ocorrido em sua adolescência, à criança
foi muito bem vinda por toda a família. A gestação ocorreu sem problemas
clinico e não sofreu nenhum acidente durante o período em que esteve grávida.
Durante a
gestação o marido não acompanhava a esposa nas consultas médicas por conta do
trabalho. O parto foi normal não demorou muito para o bebe nascer, e chorou após
seu nascimento, o bebe dormia muito, sono tranquilo porem na mesma cama que os
pais, não acordava assustado, foi amamentado no seio materno até os seis meses
de idade tinha boa sucção, hoje se alimenta bem.
Em
relação ao seu desenvolvimento motor, o bebe engatinhou, sentou com seis meses,
iniciou seus passos aos onze meses e a mãe não lembra exatamente com quanto tempo
a criança começou a falar, mas ressalta que não demorou e não teve nenhum
problema.
Atualmente
a criança esta cursando o 2ºano do ensino fundamental sabe ler e escrever porem
não apresenta satisfação ao ter que fazer as atividades de casa, na escola a professor
reclama da lentidão para copiar as atividades propostas no quadro porem se alguém dita-las
ele copia com agilidade, possui letra legível, mas não tem zelo com seu
material escolar.
É um
menino independente e desenvolve atividades práticas com facilidade, quando
assiste algum tipo de desenho ou tem um dia muito agitado fala ao dormir ,ao
brincar com coleguinhas gosta de mandar e não aceita perder um jogo podendo ser
agressivo se também forem com ele.
Estudo de caso
O Estudo
de Caso foi realizado com a participação de um menino de 10 anos, aluno de
instituição particular, cursando o 3º ano do Ensino Fundamental, que mora com
sua avó materna, tio e primo e possui irmã, padrasto e mãe, (pai desconhecido).
A
avaliação psicopedagógica tem um impacto importante na vida dos alunos e alunas
assim como também em suas famílias. Por isso devem se extremar as medidas para
que as condições em que for feita, os instrumentos, o procedimento e a análise
dos resultados não incorporem distorções que comprometam os resultados.
(SÁNCHEZ-CANO, 2011).
Na
avaliação psicopedagógica de V.S.R. os instrumentos utilizados foram:
Entrevista de Anamnese (realizada com a avó), E.O.C.A., Provas para Diagnóstico
do Pensamento Operatório, Jogo Simbólico, Testes de Leitura, Teste de
Audibilidade, Atividades de Sequência Lógica, Prova da Noção de adição e
subtração, Técnicas Projetivas Psicopedagógicas (Par Educativo – Família
Educativa), Inventário Alfabético, Teste Compreensão Oral, Coleção Papel de
Carta, Entrevista com Material Escolar, contato com a escola (professora e
orientadora pedagógica), entre outros.
Aprendente: V.S.R.
V.S.R. está cursando o 3° ano do Ensino
Fundamental, estuda no turno vespertino em uma escola da Rede privada na cidade
de Alvorada. A avó do menino relatou que V.S.R. tem apresentado comportamento
irregular na sala de aula e em casa. Não consegue fazer as atividades em sala
de aula e não realiza as atividades enviadas para casa. Sua preocupação é com
as notas baixas de V. A avó tem receio de que poderá ser reprovado este ano; o
aluno ainda não consegue ler fluentemente, não reconhece todas as letras, troca
os fonemas/grafemas, além da dificuldade na leitura apresenta dificuldades na
escrita e dificuldade básicas em matemática.
Entrevista Inicial com a Orientadora Escolar
No
primeiro encontro foi realizada a entrevista com a orientadora da escola, XXXXXX, foi entregue a carta de apresentação, seleção do paciente,
registro da queixa por parte da escola, definição das datas, horários de
atendimento e local.
A escola
apresenta XXXXXXXX, de 9
anos e 11 meses, aluno do 3º ano do Ensino Fundamental, o aluno repetiu o 2º
ano por não ter atingido nível satisfatório para
promoção. Apresenta dificuldades na escrita e na leitura, não faz os deveres de
casa e não consegue acompanhar a turma.
A
entrevista contratual é um contrato realizado com os pais ou responsáveis pelo
aprendente que será avaliado. O objetivo da mesma é colher dados pessoais e
ouvir a queixa que eles trazem sobre o problema que a criança vem apresentando,
bem como realizar o combinado quanto ao horário de atendimento, quantidade de
sessões, etc.
É também
uma etapa muito importante do diagnóstico. O psicopedagogo deverá estar atento
à fala dos pais, se concordam ou não, se culpam a criança ou a escola pelo
fracasso e se se isentam de qualquer responsabilidade, se valorizam algum
aspecto da criança entre outros.
Devido o
não comparecimento da pessoa responsável pelo aluno V.S.R. para a realização da
entrevista contratual, foi realizada uma entrevista de sondagem a fim de
estabelecer um vínculo afetivo entre aprendente e psicopedagoga.
V.S.R. me foi apresentado pela orientadora, que nos conduziu à
sala dos professores para o início dos trabalhos. Nossa apresentação
transcorreu de maneira bastante tranquila, fiz algumas perguntas a respeito da
escola, pedi que me contasse como era sua turma, sua professora, e de maneira
tímida, Vitor me contou que a turma era bastante agitada, que ele senta-se bem
no fundo da sala e que tem poucos amigos, apenas quatro. A respeito das
disciplinas, Vitor relatou gostar mais de História, Ciências, Matemática e que
não gosta de Religião, Artes e Português. Ao ser indagado a respeito de sua
família, Vitor relatou que mora com a avó materna, seu primo e um tio que está
desempregado no momento. Sua mãe, o companheiro e suas irmãs moram na mesma
rua, porém em outra casa. Ele vê sua mãe diariamente.
Esta é a primeira sessão realizada com o aprendente e tem como
objetivo investigar os vínculos que ela possui com os objetos e os conteúdos da
aprendizagem escolar, observar suas defesas evitativas e como enfrenta os
desafios. Visa perceber o que a criança sabe fazer e aprendeu a fazer, além de
investigar o modelo de aprendizagem do sujeito, sendo sua prática baseada na
Psicologia social de Pichón Rivière, nos postulados da Psicanálise e no método
clínico da Escola de Genebra (Bossa, 2000). Para Visca (1987), a EOCA deverá
ser um instrumento simples, porém rico em seus resultados.
É da EOCA
que o psicopedagogo extrairá o 1º Sistema de hipóteses e definirá sua linha de
pesquisa. Logo após são selecionadas as provas piagetianas para o diagnóstico
operatório, as provas projetivas psicopedagógicas e outros instrumentos de
pesquisa complementares.
Geralmente,
estarão presentes os seguintes materiais:
• folhas de papel de carta
• folhas pautadas
• lápis novo sem ponta
• apontador
• caneta
• borracha
• régua
• livros
• revistas
• cola
• tesoura
• sucata
• Jogos
• barbante
• massa para modelar
• lápis de cor
• pedaços de papel colorido
Conforme
os casos podem ser acrescentados outros materiais.
“Gostaria
que você me mostrasse o que sabe fazer, o que lhe ensinaram fazer e o que
aprendeu a fazer. Para isso, poderá utilizar este material como quiser, ele
está à sua disposição”.
No
primeiro momento o aprendente ficou meio estático e ao mesmo tempo fascinado
pelos materiais expostos. Apesar do encantamento não manifestou nenhuma ação de
tocar nos mesmos. Quando repeti a consigna ele então analisou todo o conteúdo
cautelosamente, pegou uma folha em branco, cordão, cola, hesitou entre cola e
fita durex, pegou um lápis e ao perceber que estava sem ponta não teve
inciativa de apontá-lo, procurou outro, virava-se constantemente para os lados,
pegou lápis de cor e uma régua, esboçou um círculo, ficava pensativo,
demonstrando não saber o que fazer, diante de tanta indecisão pegou outra folha
em branco, a todo o momento dizia não saber o que fazer, de repente, um estalo,
já sei, disse ele: vou fazer um cata-vento, dobrou-a, recortou, e começou a
fazê-lo. Hesitou novamente entre cola e fita durex, entre lápis de cor e
canetinhas, finalmente o coloriu. Voltou a olhar dentro da caixa e se
interessou por adesivos, porém desistiu, pois eram grandes para colar em seu
cata-vento e finalizou seu trabalho.
Manteve-se
concentrado ao realizar a atividade, demonstrou insegurança e indecisão,
trabalhou calado e não solicitou a minha participação. Não guardou os materiais
voluntariamente, porém atendeu ao pedido de guardá-los com estavam. Neste
momento demonstrou estar mais a vontade, retirou tudo da caixa, analisou todos
os objetos e os guardou seguindo um critério de classificação.
De acordo com Visca, as Técnicas Projetivas tem como objetivo
investigar os vínculos que o sujeito pode estabelecer em três grandes domínios:
o escolar, o familiar e consigo mesmo, pelos quais é possível reconhecer três
níveis de relação ao grau de consciência dos distintos aspectos que constituem
o vínculo de aprendizagem.
Para Sara
Paín (1992), podemos avaliar por meio do desenho ou do relato, a capacidade do
pensamento para construir uma organização coerente e harmoniosa e elaborar a
emoção, além de permitir avaliar também, a deteriorização que se produz no
próprio pensamento que fala por meio do desenho e onde se diz mal ou não se diz
nada, o que oferece a oportunidade de saber como o sujeito ignora.
Visca
observa que não é necessário aplicar todas as provas e que se devem utilizar
somente aquelas que se considerem necessárias em função do que se observou,
lembrado que além dos três grandes domínios devemos observar a seleção das
técnicas projetivas por idade e que os critérios para interpretação devem
somar-se aos critérios gerais do diagnóstico para a interpretação das provas.
O
aprendente informou que não gosta muito de desenhar, porém fez um desenho
rapidamente, sem muitos detalhes, utilizando a forma humana em palitos.
Utilizou o canto inferior à direita para fazer o desenho. Desenhou duas
figuras, sendo uma que ensina, uma mulher chamada Maria de 20 anos e a outra,
um menino chamado Victor de 7 anos, ambos estão dentro de uma sala de aula,
perto do quadro, Maria está ensinando Victor a ler, pois ele tem 7 anos e não
aprendeu a ler, mas vai aprender. O Victor do desenho não é ele e sim outro
menino da sala dele.
Gostaria
que você desenhasse sua família, fazendo o que cada um sabe fazer.
O
aprendente desenhou em primeiro plano uma árvore com frutos e copa bem desenhada,
nuvens entre sol, coloriu com cores em tom pastel observando os limites dos
desenhos, utilizou-se de toda a extensão da folha. O aprendente novamente
utilizou forma humana em palitos para desenhar uma família, se colocou no meio
de mãe e pai, mas disse que era outra família e não a dele Ao relatar seu
desenho informou que esta família está passeando com seu filho em um dia
ensolarado e que estão felizes. A mãe Sara tem 20 anos, o filho, Gabriel com 10
anos e o pai, Renan tem 23 anos. A família foi inserida no desenho já pronto,
não coloriu os personagens e os fez sem mãos, pai e filho sem pescoço. A idade
dos personagens é sempre a mesma em todas as circunstâncias.
O aprendente chega à escola utilizando transporte escolar. Aguarda
o sinal e dirige-se ao pátio onde ocorre diariamente uma acolhida coletiva.
Após todos adentram a sala de aula.
Demonstra
entusiasmo por estar na escola, senta-se no fundo da sala e seu contato com os
demais ocorre de maneira normal. Geralmente não traz o Tema de Casa feito
e não participa ativamente da correção do mesmo.
Como
ainda não consegue ler, faz as atividades vagarosamente e muitas vezes não
consegue concluí-las por já terem sido apagadas pela professora. Realiza apenas
cópia do que é colocado no quadro, com relação à escrita apresenta
características de disgrafia, manifestando lentidão ao escrever, porém sua
letra é legível e sua escrita é organizada, por não possuir orientação espacial
apresenta desorganização do texto, pois não observa a margem. O espaço que dá
entre as linhas, palavras e letras é irregular e liga as letras de forma
inadequada e com espaçamento irregular. Seus cadernos não são organizados,
apresenta desleixo, e com atividades incompletas, pula folhas e mistura as
disciplinas.
No
intervalo lancha, brinca de correr. Muitas vezes as brincadeiras terminam em
confusões.
É uma
entrevista realizada com os pais ou responsáveis do aprendente e tem como
objetivo resgatar a história de vida do sujeito e colher dados importantes que
possam esclarecer fatos observados durante o diagnóstico, bem como saber que
oportunidades este sujeito vivenciou como estímulo a novas aprendizagens.
A
Anamnese é uma das peças fundamentais desse quebra-cabeça que é o diagnóstico,
pois, por meio dela, nos serão reveladas informações do passado e do presente
do sujeito aprendente juntamente com as variáveis existentes em seu meio.
Todas as
informações essenciais da anamnese devem ser registradas para que se possa
fazer um bom diagnóstico e confrontada com todo o trabalho do diagnóstico para
se proceder a devolução e o encaminhamento.
A
Anamnese foi realizada com a avó que tem a guarda legal do Aprendente, V.S.R.
para conhecimento da queixa e aquisição de dados que nortearão o possível
diagnóstico sobre as dificuldades de aprendizagem do mesmo. Na coleta das
informações foram levadas em consideração as etapas do desenvolvimento do
aprendente desde a gravidez até o estágio atual, bem como os aspectos sociais,
sobre as doenças na infância, linguagem, vida escolar, sexualidade e outros surgiram
no decorrer da entrevista. Não foi possível realizar um levantamento de dados
precisos, pois a avó desconhecia alguns fatos. A mãe do aprendente não
compareceu em nenhuma das solicitações.
O TDE é
um instrumento psicométrico que busca oferecer de forma objetiva uma avaliação
das capacidades fundamentais para o desempenho escolar, e é comporto por três
subtestes: Escrita que compreende a escrita do nome próprio nome e de palavras
isoladas apresentadas sob forma de ditado; Aritmética,
compreendendo a solução oral de problemas e cálculos de operações aritméticas
por escrito; e deLeitura, verificando-se o reconhecimento de palavras
isoladas no contexto.
Escreva seu nome nesta linha.
O
aprendente escreveu corretamente seu nome utilizando letra bastão.
O
aprendente se recusou a fazer – disse que não sabia escrever as palavras.
Agora nós
vamos fazer algumas tarefas de matemática. Vou fazer-lhe algumas perguntas e no
final você fará alguns cálculos.
Indicar
qual número é maior.
Qual é o
maior, 42 ou 28?
Respondeu
corretamente
Adição e
subtração
Se você
tinha 3 balas e ganhou mais 4, com quantas balas você ficou?
V. conta
nos dedos e responde corretamente.
João
tinha 9 figurinhas e perdeu 3. Com quantas figurinhas ele ficou?
Novamente
faz a contagem utilizando os dedos da mão e responde corretamente.
Foram apresentadas ao aprendente, as letras do alfabeto de maneira desordenada.
À medida que eu as retirava de uma caixa pedia para que ele fosse nomeando-as.
O
aprendente não as nomeou de imediato, mas reconheceu a grande maioria, soube
informar uma palavra que começasse com cada letra, porém não lembrava o nome da
letra G e da letra P.
Nomeou
corretamente as letras:
P – E – B
– K – H – Q – Z – J – O – R – V – G (trocou por P) – D – C – A – V – M – W – N
(trocou por M) T (trocou por F) – Y – X – L – (Não lembrava o nome da letra) S
– I.
Ao
solicitar que as colocasse em ordem alfabética, V. as ordenou tranquilamente
até a letra P, pulou a letra Q e depois da letra V travou, solicitei que as
nomeasse em voz alta, ele as lia na ordem, porém passava pela letra Q
nomeando-a R, fez isso várias vezes.
Ao
escrever seu próprio nome, acertou o primeiro nome e teve dificuldades nas 3
últimas letras do sobrenome, colocava a letra O no lugar do T e espelhou o R.
Ao
escrever LUCIANA – não conseguiu continuar depois da letra I, acrescentava a
letra O antes do A, escrevendo LUCIOANEA.
Peço
então que escreva o nome de sua avó Lizete, V. se recusou, disse que não tinham
letras, verbalizou: - Não tem as letras.
Peço que
escreva o nome de uma pessoa querida, por quem tenha afeição. Ele procura as
letras lentamente e as escondeu pedindo para que eu me virasse logo em seguida
me mostrou o que escreveu demonstrando estar bastante emocionado, ele escreveu
o meu nome. Permanecemos ambos em silêncio por alguns momentos.
Omite,
transpõe e acrescenta letras e utiliza qualquer letra como curinga quando não
sabe que letra escrever.
Neste teste são aplicadas várias pranchas
com diversos testes de avalição de memória.
PRANCHA 1
- MEMÓRIA DE FRASES
LÚCIA FAZ BOLO PARA A MAMÃE.
|
ü
|
O ANIMAL FEROZ CAIU NO BURACO.
|
ü
|
A LINDA MENINA FAZ AS TAREFAS DE CASA.
|
ü
|
NO ALMOÇO COMI ARROZ, FEIJÃO, PÃO E
GUISADINHO.
|
|
UM PEQUENO CACHORRINHO ENTROU NO PÁTIO DE
MINHA CASA.
|
|
PEDRO E SEU IRMÃO SOBEM NO
ÔNIBUS QUE VAI PARA A ESCOLA.
|
Obs.: O aprendente falou
corretamente as três frases mais curtas, não conseguiu memorizar a sequência
das palavras das três últimas, chegando a inserir palavras não existentes. Não
conseguiu escrever as frases.
PRANCHA 1 – MEMÓRIA DE DÍGITOS
ü 3 – 8 – 6
|
|
ü 2 – 7 – 5
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ü 9 – 0 – 4
|
|
ü 7 – 3 – 2
|
|
Obs.: Conseguiu oralmente êxito
na sequência numérica de apenas três dígitos.
Errou uma sequência de 4 dígitos
e as quatro sequências de 5 dígitos. Quanto à escrita, não grafou os dígitos.
PRANCHA 3 — MEMÓRIA DE RELATO
a
Relato com 3 fatos
Ontem era domingo,
|
ü
|
as crianças foram jogar bola
|
ü
|
e voltaram cansadas.
|
ü
|
b
Relato com 4 fatos
O menino estava de aniversário,
|
|
convidou seus amiguinhos,
|
|
todos cantaram parabéns
|
|
e ele ficou feliz.
|
c
Relato com 5 fatos
A menina foi visitar sua vovó,
|
|
que mora perto do parque.
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Ela andou de roda-gigante,
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comeu pipoca
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e voltou à noite.
|
d
Relato com 6 fatos
Paulo levou seus brinquedos para a escola,
|
|
na hora do recreio brincou com seus amigos,
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|
depois guardou tudo na sacola
|
|
Ele esqueceu um carrinho.
|
|
Em casa chorou muito,
|
|
mas no outro dia a professora entregou.
|
Obs.: Na prancha 3 – memória de
relatos. Conseguiu recontar apenas o relato com três fatos.
De acordo com Visca, (1995), a aplicação das provas operatórias tem como
objetivo determinar o nível de pensamento do sujeito realizando uma análise
quantitativa, e reconhecer a diferenças funcionais realizando um estudo
predominantemente qualitativo, ou seja, sua aplicação nos permite investigar o
nível cognitivo em que a criança se encontra e se há defasagem em relação à sua
idade cronológica.
Segundo Weiss:
“As provas operatórias têm como
objetivo principal determinar o grau de aquisição de algumas noções chave do
desenvolvimento cognitivo, detectado o nível de pensamento alcançado pela
criança, ou seja, o nível de estrutura cognitiva que opera” (2003, p.106).
Ela ainda nos alerta que não se devem aplicar várias provas de conservação em
uma mesma sessão, para se evitar a contaminação da forma de resposta. Observa
que o psicopedagogo deverá fazer registros detalhados dos procedimentos da
criança, observando e anotando suas falas, atitudes, solução que dá às
questões, seus argumentos e juízos e como arruma o material. Isto será
fundamental para a interpretação das condutas.
Para avaliação as respostas são
divididas em três níveis:
Nível 1:
Não há conservação, o sujeito não atinge o nível operatório nesse domínio.
Nível 2
ou intermediário: As respostas apresentam oscilações, instabilidade ou não são
completas. Em um momento conservam, em outro não.
Nível 3:
As respostas demonstram aquisição da noção sem vacilação.
Visca
propõe que o psicopedagogo coloque em prática algumas estratégias
no momento da aplicação das provas para que não fique nenhuma dúvida sobre o
nível cognitivo identificado.
É
muito importante que o psicopedagogo sempre pergunte, após cada resposta dada:
Como sabe? Pode me explicar? Para observar o pensamento do entrevistado, que
argumentos ele utiliza.
Duas massas de modelar de cores diferentes
cada uma, cujo tamanho possa fazer duas bolas de aproximadamente 4cm de
diâmetro.
O aprendente disse que as duas bolas eram iguais, tinham a mesma quantidade.
Após a primeira modificação (uma bola e uma salsicha), o aprendente disse que a
salsicha era maior que a bola, porque era mais comprida. Na segunda
transformação (uma bola e uma pizza), transformou a bola em salsicha e disse
que a salsicha era maior que a pizza, partiu a pizza em pedaços e fez o mesmo
com a salsicha para provar que a pizza podia ser partida em 8 pedaços e a
salsicha em 10 pedaços, afirmou que a salsicha era maior que a pizza. Mesmo com
a contra argumentação não mudou sua resposta. Na terceira transformação, uma
bola dividida em quatro bolinhas, afirmou que os pedaços eram maiores que a
bola. No retorno empírico: se eu voltar a fazer uma bola com esses pedaços,
teremos a mesma quantidade ou uma terá mais e outra menos? Ele afirmou que os
pedaços serão maiores.
O aprendente não conserva, estabelece a igualdade inicial, mas não
conserva em nenhuma das modificações e não responde bem às contra argumentações
(Nível 1 – pré-operatório intuitivo global).
Nesta
prova obteve êxito em todas as perguntas, nível 3 (presença da quantificação
inclusiva – primeiro sub-estágio do operatório concreto).
4.10.3 Mudança de Critério ou Dicotomia
Materiais:
5 círculos vermelhos de 2,5cm de
diâmetro
5 círculos vermelhos de 5cm de
diâmetro
5 quadrados vermelhos de 2,5cm de
diâmetro
5 quadrados vermelhos de 5cm de
diâmetro
5 círculos azuis de 2,5cm de
diâmetro
5 círculos azuis de 5cm de
diâmetro
5 quadrados azuis de 2,5cm de
diâmetro
5 quadrados azuis de 5cm de
diâmetro
Duas caixas planas de mais ou
menos 4 a 5cm de altura e 12cm de largura.
O aprendente se confundiu ao
separar os círculos, pegava os quadrados e dizia serem os círculos, repetiu o
mesmo erro por várias vezes. Separou corretamente os que se pareciam, (cor),
separou por tamanhos, (grandes e pequenos) e disse que não eram iguais, se
fossem do mesmo tamanho seriam iguais, separou por formas, separou os quadrados
grandes dos pequenos e fez a mesma coisa com os círculos.
Avaliação: O aprendente utiliza
os três critérios: cores, formas e tamanhos com certa dificuldade de
raciocínio, mas precisou de uma pequena ajuda, aparenta estar no primeiro
sub-estágio do operatório concreto – nível 3.
Um barbante de 10cm e outro de 15cm – Esta é a minha
rua (maior) e esta é a sua (menor). Nós iremos caminhar igual ou um caminhará
mais que o outro? A aprendente disse que eu caminharia mais, pois o meu é mais
comprido. Na primeira modificação manteve a resposta e disse que eu
andaria mais, pois tinha mais voltas para fazer que ele. Na segunda
modificação se confundiu dizendo que agora ele andaria mais, pois a rua dele
tinha mais curvas.
Nesta prova apresentou nível de transição, estabelece a igualdade inicial,
responde com acerto à pergunta de retorno empírico – ora conserva, ora não
conserva.
Esse teste está baseado nas pesquisas de Ferreiro e Teberosky.
Apresenta-se a criança quatro figuras ou se dita quatro palavras e uma frase.
As
palavras seguem a seguinte regra:
1º
palavra polissílaba.
2º
palavra trissílaba
3º
palavra dissílaba
4º
palavra monossílaba
Utiliza-se
primeiramente uma palavra polissílaba para que não haja barreiras na
espontaneidade da escrita da criança. As palavras devem ser do mesmo grupo
semântico, com a finalidade de que a criança possa se localizar dentro de um
contexto.
A
frase tem como objetivo:
Verificar a estabilidade
na escrita;
Noção de
espaçamento entre as palavras;
Nível de
desenvolvimento em relação ao texto:
Aplicação
do Teste:
1º Foi apresentado
o alfabeto e pedido que V. circulasse algumas letras. Acertou as vogais.
2º
Apresento as seguintes figuras e peço que escreva o seu nome ao lado de cada
figura.
JOANINHA
– o aprendente escreveu: GPOD
CARACOL –
o aprendente escreveu: CAVO
PEIXE – o
aprendente escreveu: NCUT
BOI – o
aprendente escreveu:BOE
3º Frase
ditada:
O CARACOL
NÃO TÊM OSSO.
O
aprendente escreveu: GAVO NÃO OSA
4º -
Repito o teste com outras palavras.
DINOSSAURO
– O aprendente escreveu: GATO
CAVALO –
o aprendente escreveu: CAPO
GATO – o
aprendente escreveu: GATAO
RÃ – o
aprendente escreveu: AMT
5ª
- Frase ditada:
O GATO É
MEU
O
aprendente escreveu: GATAO FABO
Conclusão
do Teste:
Nível de desenvolvimento da escrita: silábico- alfabético.
O
Aprendente realizou primeiramente uma leitura silenciosa do texto. Enquanto
realizava esse tipo de leitura, acompanhou com o dedo todas as palavras do
texto e usou a articulação, observou as figuras do livro e por várias vezes
folheou o livro indo para o final e voltando ao início parecendo contar a
quantidade de folhas do mesmo.
Quando
terminou a leitura silenciosa peço que realize a leitura em voz alta. Ele
demonstrou angustia e nervosismo, acompanhou com o dedo a primeira palavra da
página e por diversas vezes tentou adivinhar as palavras, também omitiu
sílabas, palavras. Demonstrou uma dificuldade extrema. O volume de sua leitura
é baixo, demonstra insegurança, porém em algumas vezes tenta nos driblar
fingindo saber ler.
Sabe realizar as operações matemáticas utilizando os algoritmos. Tem noção
sequência numérica e pouca noção do sistema de numeração decimal, mais
precisamente na decomposição dos numerais. Apresenta noção tempo/espacial.
Leia para
a criança oralmente e peça-lhe que ouça e diga SIM ou NÃO e explique por quê:
Resultado
do teste aplicado a V.
1 As batatas são cozidas na água fria
Responde
não – porque a água deve ser quente
2 Muitas pessoas gostam de passear á noite, pois o sol está muito
alto e claro.
Responde
não – de noite não tem sol
3 Depois que chove muito, o chão fica todo molhado.
Responde
sim – a chuva molha o chão
Quando vão ao circo, as crianças adoram brincar de carregar
elefantes
responde não – os elefantes são gordos e as crianças são pequenas.
O trem de carga carrega muitos passageiros e só anda nos trilhos
Responde
não – trem não anda na rua.
O avião é mais rápido que rápido que o navio porque voa e o navio
não
Responde não – a água leva o navio e o avião voa.
7 O homem diz ao seu cachorro: - Lulu fique de guarda, vou viajar!
Lulu responde: Pode ir patrão, que tomarei conta da
casa.
Responde
não – cachorro não fala
8 Os pintinhos nascem sempre dos ovos e os gatinhos nascem da
barriga da mãe.
Responde
sim – porque os pintos nascem dos ovos.
9 Eu gosto de ir ao cinema porque lá estudamos muito
Responde
não – no cinema é para olhar filme.
1 Mamãe quando faz bolo, assa-o na geladeira.
Responde
não – não se faz bolo frio.
1 Um boi ia à frente de três bois. Olhou para trás e contou: um,
dois, três.
Responde
não – boi não fala.
1 Estava passeando na cidade. O céu estava azul, sem nenhuma nuvem.
De repente, começou a chover e eu corri para casa.
Responde
não – correu pra casa pois não vai se molhar por nada.
1 Meu pai é mais velho que eu, mas meu avô é mais velho que meu pai.
Responde
sim – porque o pai nasceu primeiro.
1 Os alimentos, para não estragar, são guardados na geladeira.
Responde
sim – para não estragar.
1 Os cavalos que moram no chiqueiro e os porcos que moram na
cocheira pertencem ao fazendeiro.
Responde
sim – porque foi o fazendeiro que adotou eles.
1 Os animais mais engraçados que vemos no circo são os macacos e os
mais fortes são os elefantes.
Reponde
sim – porque os elefantes são mais gordos.
1 Quando vou viajar, eu arrumo as minhas roupas e coloco-as no
fogão.
Responde
não – se botar no fogão pode queimar a mala..
1 Um carro ia dançando pela estrada. De repente, parou porque acabou
a gasolina. O motorista pegou um balde, encheu de água e colocou no carro. Este
andou e continuou a viagem.
Responde
não – coloco gasolina e não água.
1 Carlinhos saiu de casa. O céu estava azulzinho. De repente, gritou
para o amigo: Veja que lindo arco-íris está no céu!
Responde
não – não tem arco-íris porque não choveu.
2 Três amigos se encontraram. Um deles disse:
- Eu sou
maquinista e dirijo o trem; o outro disse:
- Eu sou
motorista e dirijo o carro; o outro disse: - Eu sou piloto e dirijo o avião.
Responde
sim – está tudo certo.
2 Eu gosto de ir ao sítio de minha tia. O único cuidado que tomo,
quando estou lá é com as ruas, que são movimentadas. Nelas passam muitos
carros.
Responde
não – sítio não tem ruas.
2 As plantas nascem e crescem na terra, mas precisam de água para
não morrer.
Responde
sim – porque precisam de ar.
2 A noite mais escura é quando cai um temporal e o céu fica todo
colorido de estrelas.
Responde
não – o céu fica preto.
Avaliação
do teste: V. ouviu bem e respondeu corretamente todas as frases.
Segundo Chamat (1997), os objetivos gerais deste teste se dão através da
apresentação de seis lâminas que compõem o Teste Coleção Papel de Carta, as
lâminas com desenhos infantis, sugerem temas específicos como: Comunicação,
Vinculação Afetiva, Receber Afeto, Interação Familiar, Relação com a
Aprendizagem e Prognóstico, através destas lâminas pretende-se levar a criança
a projetar-se nos personagens, possibilitando detectar possíveis causas de suas
dificuldades de aprendizagem, através da análise dos aspectos manifestos e
latentes de sua elaboração, bem como a análise de sua escrita. A criança conta
uma história sobre cada lâmina, que é devidamente anotada pelo aplicador. A
correção é realizada pela avaliação qualitativa de cada história apresentada.
Também podemos levantar as possíveis causas da dificuldade de
aprendizagem da criança no campo afetivo-cognitivo e a problemática emocional
subjacente à aprendizagem quanto aos obstáculos que emergem na relação com o
conhecimento. Analisar os esquemas de pensamento
utilizados pelo sujeito, na estruturação das estórias, bem como os aspectos
relacionados com sua função semiótica, isto é, os recursos disponíveis quanto
aos significantes e significados.
E por fim,
processar uma análise específica de sua produção escrita, quanto à estruturação
da estória e os tipos de erros cometidos, a fim de subsidiar o trabalho
psicopedagógico.
As lâminas são apresentadas uma a
uma ao aprendente que deve descrever o que vê na cena e dizer o acha que esta
acontecendo com os personagens. Após, pede-se que escolha dentre as seis, a
Lâmina que mais gostou e justifique sua escolha, com a finalidade de verificar
qual dos estímulos propicia uma maior identificação do sujeito, relacionado com
seus medos, desejos e ansiedades, que podem vir a se constituir na causa dos
bloqueios e ou inibições afetivo-cognitivas. Pede-se em seguida que escreva a
estória narrada oralmente objetivando-se a comparação do conteúdo verbalizado
com o conteúdo escrito, bem como a análise de sua escrita. (caso saiba
escrever).
Relato da aplicação do Teste
Coleção Papel de Carta.
Lâmina 1 – Quem são os
personagens e o que está acontecendo? Não soube dizer o que estava acontecendo
na cena. Insisto e ele diz que tem um gato, depois modifica, dizendo ser um
coelho, tem uma carta que ele vai entregar para o papai noel.
Lâmina 2 – Quem são os
personagens e o que está acontecendo? Tem um sapo, coelho, sol, passarinho,
bolha, ovelha e um elefante dando banho nos filhotes.
Lâmina 3 – Quem são os
personagens e o que está acontecendo? Achou a lâmina muito engraçada, riu
muito, disse que tinha um rato fazendo o filho dormir e um passarinho cantando
para o outro dormir, eles estão fora da casinha. A mãe do ratinho vai dormir na
casinha e vai deixar o filhote na redinha. Nesse momento teve um insight e
lembrou-se de fatos da sua infância, de quando tinha 2 anos. Contou-me que
achava que sua mãe batia nele porque furava o dedinho do pé com uma agulha para
tirar algo. Doía muito e ele chorava. Pergunto se ele continua achando que sua
mãe o machucava, ele diz que não, ela apenas cortava suas unhas.
Lâmina 4 – Quem são os
personagens e o que está acontecendo? Novamente pôs-se a rir muito. Neste tem
um pato, patinhos, um nadando, o outro tá chorando (não sei). Novamente
lembrou-se de fatos de quando era menor, desta vez disse que tinha uns 4 anos e
que colocou sua irmãzinha dentro de uma banheira em cima da cama e começou a
empurrar fazendo de conta que era um carrinho. Sem querer derrubou a banheira,
a irmã chorou muito e eles a levaram para o hospital, mas não aconteceu nada,
ela não se machucou, mas eles brigaram comigo.
Lâmina 5 – Quem são os
personagens e o que está acontecendo? Agora achava tudo engraçado. Sentia-se
mais a vontade. Nesta tem um gatinho que tá lendo um livro, um cavalo cheirando
o macaco, uma tartaruga dormindo, uma borboleta voando. O macaco tá fazendo uma
mágica, tem um palco, olha os livros e os passarinhos voando.
Lâmina 6 – Quem são os
personagens e o que está acontecendo? Nessa tem um urso panda, tá brincando de
atravessar o rio e tem um pato, um peixe, um sapo e dois passarinhos. Tem um
avião e a árvore quebrada, o avião tá passando e todos tão brincando de
atravessar o rio. Novamente me contou sobre sua irmãzinha. Sabia que eu
brincava com ela de carrinho, sabe aqueles carrinho de bebe, eu subia dentro
dele junto com minha irmãzinha e empurrava, só parava quando batia no muro. Mas
não machucava ninguém não. Era divertido. Agora não brinco mais com ela, porque
moro com a vó e ela na casa da minha mãe, o marido dela não quer que eu vá lá,
ele não gosta de mim.
Escolha a lâmina que mais gostou e conte uma
estória, dando um título para ela.
Ele
escolheu a sua preferida, ou seja, a que mais gostou a lâmina nº 3 – depois
numerou as outras estabelecendo uma ordem (eu gostei das outras também, nessa
ordem: 6 – 4 – 5 – 2 – 1).
Peço que me relate a estória da
lâmina escolhida, ele a analisou, ficou bastante pensativo e após minha
insistência relatou o seguinte:
A mãe está fazendo o seu filho
dormir e os passarinhos estão cantando para ajuda a fazer o filho dormir.
E o filho dormiu como um anjo e
os passarinhos cantando.
É de noite e não tá chovendo, o
céu tá cheio de estrelas e tá calor e eles tão do lado de fora da casa. A luz
tá acesa, lá dentro tá o pai, eles não tem irmãos.
Que título você daria para a sua
estória?
AS FAMÍLIA DE RATO.
Neste momento V.
ficou bastante emocionado, tentou disfarçar cobrindo o rosto com as mãos,
mordiscava os lábios, e segurava o choro, eu leio sua estória e ele fica
calado, pergunto se gostou se quer mudar algo, diz que não, assim tá bom.
Permanece com a cabeça baixa, pensativo e com os olhos cheios d’água.
Este relato o sensibilizou muito. Está é a sua estória.
Ficamos em silêncio por alguns minutos e encerramos a sessão.
O laudo ou informe psicopedagógico tem como
finalidade resumir as conclusões a que se chegou na busca de respostas às
perguntas iniciais que motivaram o diagnóstico. Esse documento deve ser
entregue apenas a instituição (escola, Hospital...) que solicitou o
diagnóstico, não sendo necessário a entrega para os pais, a estes devemos
apenas realizar a entrevista devolutiva de forma verbal.
A
orientadora da escola de Vitor busca avaliação psicopedagógica, com o objetivo
de auxilia-lo em suas dificuldades na aprendizagem.
Segundo
relato da orientadora e da avó, V. apresenta problemas na realização das
tarefas escolares, tem dificuldades na leitura e na escrita. A avó relata que
V. frequentemente apresenta mudanças de humor e comportamento inadequado ao
lidar com ela, informa ainda que o menino sente muito a falta da mãe.
Na prova
de decodificação de palavras V. apresenta dificuldade acentuada. Não consegue
identificar todas as sílabas, faz confusão entre as letras efetuando troca de
fonemas/grafemas. Não realiza leitura silenciosa nem oral.
Síntese: Dificuldade acentuada na leitura.
|
Grafia: Preensão adequada do lápis. A folha verticalmente em direção ao
corpo, determinando adequada sinergia articular. V. é canhoto e apresenta
bastante habilidade no uso da mão esquerda. (recorte).
Ortografia: Na prova do Inventário Alfabético consegue identificar a maioria
das letras com lentidão efetuando a troca do N pelo M – G pelo P – T pelo F – A
pelo O, se confunde ao escrever palavras acrescentando letras. Ao solicitar que
ordenasse o alfabeto apresentou dificuldades informando ter esquecido o nome
das letras. Não reconheceu as letras L e Q.
Par
educativo – Produção textual: Solicitado
a desenhar a pessoa que ensina e a pessoa que aprende, desenha: Uma professora
Maria de 20 anos e Victor de 7 anos. Verbaliza que esse “Victor” não é ele,
esse tem o “C” no nome, é outro menino e ele ainda não aprendeu a ler, mas vai
aprender. Ambos estão no ambiente da sala de aula próximo ao quadro que não
aparece no desenho, ocupa a margem inferior direita da folha para o desenho.
O texto
que escreve sobre o Par Educativo é o seguinte:
SEM TÍTULO
|
Não escreveu nada, apenas relatou verbalmente o que estava
acontecendo.
|
Síntese: V. apresenta
dificuldades importantes no processo de leitura e escrita, bem como, trocas
de letras, e a não identificação de algumas, não apresenta uma produção
textual sintética.
|
Os dados
levantados a partir de algumas técnicas piagetianas de investigação do
desenvolvimento das estruturas cognitivas permitem inferir que Vitor, no que se
refere à construção da noção de
conservação da quantidade de matéria, apresenta respostas indicativas
de um nível inicial pré-operatório
intuitivo articulado, ou seja, num nível 2 - de transição, ora conserva, ora
não conserva; no que se refere à seriação,
observa que realiza com imprecisão, no que se refere à construção da estrutura de classificação com mudança de critério
dicotomia, as condutas são intermediárias, reunindo os elementos
por critério de cor e tamanho, no que se refere à inclusão
de classes obtendo
êxito. Qualitativamente, observou-se que Vitor realizou com presteza as
atividades solicitadas, teve curiosidade sobre o material, teve um ritmo acelerado
na resolução das proposições, demonstrou insegurança na realização das mesmas.
Concluindo,
os dados apontam para construções que se situam predominantemente num nível de
transição entre o pré-operatório e operatório-concreto. Isso também se evidencia
na realização dos cálculos matemáticos.
Síntese: Nas
provas de nível de pensamento V. apresentou desempenho num nível
intermediário, as respostas apresentam oscilações, instabilidade ou não são
completas. Em um momento conserva em outro não.
|
No teste
de problemas matemáticos de Stein, que envolvem distratores linguísticos,
demonstrou pequenas falhas na realização das operações de adição, as respostas
não foram corretas pelos problemas nos cálculos.
Síntese: Demonstra
interesse e gosto pelos números e pelas contas, porém ainda apresenta
dificuldades na construção do número.
|
De acordo com a análise do material escolar evidencia-se, falta de
cuidado com seus cadernos, apresentam desenhos coloridos, adesivos, alguns
espaços em branco e orelhas nos cadernos, letra variada, omissões de letras e
trocas. Realiza cópia do quadro e por falta de organização espacial e temporal
comete falhas e apresenta atividades incompletas. Não realiza os temas de casa.
Demonstrou-se sempre participativo e disponível. Ora entusiasmo, ora
apreensivo, apesar de não revelar suas emoções.
SÍNTESE: Indica-se
atendimento psicopedagógico voltado às questões de lecto-escrita e
desenvolvimentos das habilidades de construção do cálculo.
|
Após ter realizado as sessões diagnósticas e o fechamento do
diagnóstico em um segundo momento a criança/jovem poderá ser submetido ao
tratamento que varia de acordo com a origem do problema. Assim sendo é possível
que se torne necessário apenas a intervenção psicopedagógica, ou também a
intervenção de outros profissionais, a exemplo de psicólogos, de
fonoaudiólogos, e demais especialistas. Outra possibilidade é unir o
acompanhamento psicopedagógico a um desses profissionais ou a mais de um. É
importante ressaltar que em alguns casos os pais e ou a família também devem
passar por algum processo terapêutico.
O
acompanhamento psicopedagógico parte das questões investigadas no diagnóstico.
Através de atividades variadas pretende-se vencer os obstáculos que se impõem
ao processo de aprendizagem para que a criança possa retomá-lo com maior
autonomia e sucesso. O trabalho psicopedagógico visa desencadear novas
necessidades, de modo a provocar o desejo de aprender e não somente uma
melhoria no rendimento escolar. Durante o acompanhamento são estabelecidos
contatos periódicos com a equipe escolar (coordenador e professores) e
responsáveis pela criança, visando maior integração entre
terapeuta-escola-família.
Segundo Feurstein, Rand, Hoffman e Miller (1980), as experiências
vividas durante o processo de mediação permitem à criança modificar as suas
estruturas cognitivas, e, consequentemente, adaptar-se a novos modos de
funcionamento. A plasticidade cognitiva varia em grau de uma criança para outra,
e está diretamente relacionada à capacidade individual de se beneficiar da
ajuda recebida durante o processo de mediação.
A intervenção psicopedagógica dirigida à criança com dificuldade
de aprendizagem visa promover ajuda continuada à criança, na medida em que
representa uma situação protegida de ensino-aprendizagem, com objetivo de
dessensibilizar a criança, diminuindo a ansiedade frente à tarefa de aprender e
propiciar o desenvolvimento de habilidades e transmitir conhecimentos
(Linhares, 1998b). Dessa forma, a intervenção psicopedagógica pode ampliar a
possibilidade de detectar recursos potenciais cognitivos da criança, muitas
vezes encobertos por situações aversivas de ensino experimentadas
anteriormente.
A entrevista de Devolução segundo Weiss
(2007) não é um momento isolado do diagnóstico, mas uma parte de um processo
iniciado com o primeiro contato telefônico e parte de um processo que se
prolonga no tratamento.
Esse é o momento que marca o encerramento do processo
diagnóstico. É um encontro entre sujeito, terapeuta e família visando relatar
os resultados do diagnóstico, analisando todos os aspectos da situação
apresentados, seguindo de uma síntese integradora e um encaminhamento.
Esta é uma etapa do diagnóstico muito esperado pela família e
pelo sujeito e que deve ser bem conduzida de forma que haja a participação de
todos, procurando eliminar as dúvidas ou pelo menos discuti-las exaustivamente
afastando rótulos e fantasmas que geralmente estão presentes em um processo
diagnóstico.
A Entrevista de Devolução é de responsabilidade de quem realizou o diagnóstico
psicopedagógico, e jamais poderá ser dada por telefone. As informações deverão
ser dadas aos pais e ao filho separadamente, pois desta forma, favorecemos a
distinção de identidades dentro do grupo familiar. A criança não deve ser
excluída da devolução de informação, já que sua problemática é o motivo central
da consulta, o psicopedagogo deve atentar para a linguagem que deverá ser no
nível de entendimento da criança e dos pais evitando usar termos técnicos ou
ambíguos.
A Devolutiva jamais deverá ser utilizada para culpar ou repreender os
pais ou paciente.
Para essa sessão pode se usar um roteiro apresentado por Weiss que
precisa ser adaptado de acordo com o diagnóstico de cada paciente:
1º procedimento: Inicia-se a
entrevista retomando a queixa inicial;
2º procedimento: Decorre-se,
sucintamente, sobre cada instrumento utilizado. O psicopedagogo deve explicar
que procurou durante esse período avaliar aspectos pedagógicos como de leitura,
escrita, raciocínio lógico matemático, etc. Pedindo sempre para que o paciente
relembre o fez em cada sessão, O material dos testes não deve, de forma
nenhuma, ser mostrado aos pais, atentando para o segredo profissional dos
atendimentos.
3º Procedimento: Deve se tocar
nos aspectos mais positivos do paciente.
Em diferentes perspectivas
teóricas da Psicologia é estudado o problema do baixo autoconceito, da baixa
autoestima como elemento bloqueador no movimento dos indivíduos em busca de
novas conquistas. O importante é localizar de onde vem esse sentimento através
das entrevistas de anamnese projetivas em geral e, no momento da devolução,
tocar nesse aspecto tentando produzir um início de movimento. (WEISS,
2008.p.138-139)
Sabemos que a criança, muitas
vezes, sofre de um assedio moral devido a suas dificuldades na escola ou até
mesmo no ambiente doméstico, e isso vem fazendo com que a sua autoestima ou
autoconceito esteja baixo, por isso é preciso ter muita cautela no momento de
apresentar os aspectos causadores de sua problemática.
4º Procedimento: Continuando a
sessão analisam-se os aspectos que estão realmente causando a dificuldade na
aprendizagem apresentando as recomendações (nos níveis familiares e escolares),
e indicações necessárias (atendimentos necessários com outros especialistas).
5º Procedimento: Finaliza-se a
sessão deixando claro o modelo de Aprendizagem do paciente, seus pontos fortes
e fracos quanto à aprendizagem assim como as possibilidades de mudança na busca
do prazer e eficiência no aprender.
No caso do aprendente V.S.R.
considerando-se as diversas causas que podem interferir no processo de
ensino-aprendizagem, investigar o ambiente no qual a criança vive e a metodologia
abordada nas escolas é importante antes de se traçar o enforque terapêutico,
uma vez que a criança pode não apresentar o distúrbio de aprendizagem, mas
apenas não se adaptar ou não conseguir aprender com determinada metodologia
utilizada pela professora, como também pela carência de estímulos dentro de sua
casa.
O aluno com dificuldades de
aprendizagem pode exigir um atendimento variado, incluindo, reforço escolar,
aconselhamento profissional especial, desenvolvimento de habilidades básicas,
assistência para organizar e desenvolver habilidades de estudo adequadas e
atendimento psicopedagógico.
Para que o aprendente V.S.R.
possa obter melhorias no seu desempenho escolar alguma recomendações são
necessária:
ü A família
deve estabelecer um horário e local adequado para o estudo do aprendente;
ü As
atividades de casa devem ser realizadas diariamente e com acompanhamento, a fim
de melhorar o rendimento escolar do aprendente;
ü A família
deve oportunizar atividades de lazer, nos finais de semana ou outro dia de
folga, a fim de proporcionar momentos de descontração e socialização do
aprendente;
ü O
aprendente deve ter acesso a livros, revistas e compartilhar leituras em casa e
na escola;
ü Sugiro
mudança do local onde o aluno senta-se na sala de aula, procurando inclui-lo na
turma;
ü Por parte
da professora, que faça uso de recursos didáticos atraentes que despertem nas
crianças o desejo de aprender;
ü Envolvimento
do aprendente em atividades que exijam o uso de práticas sociais do uso da
escrita como, por exemplo: listas de compras, aviso para a avó ou professora,
leitura de bilhetes, etc.
ü Solicitar
que a família que se faça presente em momentos importantes da vida do
aprendente tais como: aniversários, reuniões escolares, festas na escola, etc.
ü Acompanhamento
psicológico;
ü Acompanhamento
psicopedagógico.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Considerando o importantíssimo papel desempenhado pelo
psicopedagogo clínico, pude perceber que intervir na vida do aprendente que
apresenta algum tipo de dificuldade de aprendizagem, estimulando-o a superar
suas limitações e trazendo de volta sua autoestima, é uma das recompensas que
dinheiro nenhum jamais poderá pagar.
A intervenção que se dá a partir de uma queixa trazida pela família e/ou
pelo educador que acompanha a trajetória escolar desse sujeito e que conhece
suas fraturas pode vir a ser uma das ferramentas imprescindíveis para o
trabalho psicopedagógico, uma vez que os pais, em geral, têm grande expectativa
com relação ao que o psicopedagogo irá dar de informação e orientação sobre sua
intervenção clínica. Assim, o termo é entendido aqui como a fase em que o
educador procura com a orientação psicopedagógica, a natureza e a causa da
Dificuldade de Aprendizagem.
A Psicopedagogia ainda é uma ciência nova, e como tudo que se
inicia, há necessidade de muito estudo e pesquisa, inclusive para alicerçar o
campo teórico. Como é uma área nova, ainda há muita comparação entre ela e as
outras ciências como, por exemplo, a Psicologia.
O objetivo da Psicopedagogia é resgatar a dificuldade que impediu
o individuo de aprender durante o processo de aprendizagem e intervir de forma
a derrubar essa barreira, para que ele possa reconstruir e
prosseguir com suas aprendizagens.
A importância da parceria da Psicopedagogia e as demais áreas que
atendem o indivíduo como os profissionais da educação e a saúde, como também, a
família do paciente, tendo como objetivo comum à aprendizagem do envolvido é
algo que merece ser fortalecido em todos os sentidos.
Como os profissionais da psicopedagogia são os investigadores sobre as
dificuldades que o indivíduo tem em aprender, é necessário, uma pratica
constante de formação, pois isso facilitará no atendimento de qualquer
paciente. Somos todos serem em construção, aprendendo e ensinado a aprender.
Espero que como futura psicopedagoga eu possa contribuir para
mudar a realidade das escolas, e das instituições em meu município através da
divulgação da importância do trabalho do psicopedagogo e pela cobrança da
inclusão deste profissional tanto no sistema educacional público como também no
setor privado.
REFERÊNCIAS
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Bianca. Psicopedagogia
Clínica: o despertar das potencialidades. Rio de Janeiro: Wak Editora.
2012.
ANDRADE, Marcia Siqueira de. Psicopedagogia Clínica: Manual de Aplicação Prática
para Diagnóstico de Distúrbio de Aprendizado. Ed. Póllus Editorial. São
Paulo:1998.
CHAMAT, Leila Sara José. Técnicas de diagnóstico psicopedagógico: o
diagnóstico clínico na abordagem interacionista. 1ª ed. São Paulo: Vetor, 2004.
CHAMAT, Leila Sara José. Coleção Papel de Carta: teste para avaliação das
dificuldades de aprendizagem. 2ª Ed. São Paulo: Vetor.1997.
FERNÁNDEZ, Alícia. A inteligência aprisionada: abordagem psicopedagógica
clínica da criança e da família. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.
GARCIA, J. N. Manual de Dificuldades de Aprendizagem – Linguagem, Leitura, Escrita
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KIRK, S.; Gallagher, J. Educação da Criança Excepcional. São Paulo: Martins
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MOOJEN, Sonia M. P. Dificuldades ou transtornos de aprendizagem? In:
Rubinstein, E. (Org.). Psicopedagoga: uma prática, diferentes estilos. São
Paulo: Casa do Psicólogo, 1999.
PAIN,Sara. Diagnóstico e Tratamento e os Problemas de Aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 1985.reimp.2008
SAMPAIO, Simaia. Manual prático do diagnóstico psicopedagógico clínico. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Wak, 2010.
SÁNCHEZ-CANO, Manuel. Manual de
assessoramento psicopedagógico / Manuel Sánchez-Cano, Duarte Bonals; Tradução:
Ernani Rosa; revisão técnica: Maria de Fátima Duarte Martins. Porto Alegre;
Artmed, 2011.
STEIN, Lilian Milnitsky. TDE: teste de desempenho escolar: manual de aplicação e
interpretação. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1994.
SOUZA, Maria Thereza C. Intervenção psicopedagógica clinica: como e
o que planejar. In Sisto, F. (Org.). Atuação psicopedagógica e aprendizagem
escolar. Rio de Janeiro: Vozes, 1996.
VISCA, Jorge. Clínica psicopedagógica: Epistemologia Convergente. 2ª
Ed. Tradução: Laura Monte Serrat Barbosa. São José dos Campos: Pulso Editorial,
2010.
WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnóstica dos
problemas de aprendizagem escolar. 14 ed. Ver. E ampl. Rio de Janeiro:
Lamparina. 2012.
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