Introdução
Em vários
países há tradutores e intérpretes de língua de sinais. A história da
constituição deste profissional se deu a partir de atividades voluntárias que
foram sendo valorizadas enquanto atividade laborai na medida em que os surdos
foram conquistando o seu exercício de cidadania. A participação de surdos nas discussões
sociais representou e representa a chave para a profissionalização dos
tradutores e intérpretes de língua de sinais. Outro elemento fundamental neste
processo é o reconhecimento da língua de sinais em cada país. À medida que a
língua de sinais do país passou a ser reconhecida enquanto língua de fato, os
surdos passaram a ter garantias de acesso a ela enquanto direito linguístico. Assim, consequentemente, as instituições se
viram obrigadas a garantir acessibilidade através do profissional intérprete de
língua de sinais.
Desenvolvimento:
Perspectivas
históricas do campo da interpretação em Língua de Sinais:
No Brasil,
em meados da década de 80 surgiram os primeiros trabalhos de interpretação em
Língua de Sinais desenvolvidos em instituições religiosas e nas relações
familiares e de amizades com surdos, nessa época, os intérpretes não tinham o
status profissional que hoje possuem, mas muitos daqueles intérpretes que
atuavam nesses espaços se tornaram, ao longo dos anos, líderes da categoria e,
atualmente, participam do cenário nacional enquanto articuladores do movimento
em busca da profissionalização desse grupo, como membros e presidentes das
associações de intérpretes de Língua de Sinais no país.
Nos Estados
Unidos, a organização dessa categoria profissional se iniciou em 1964, quando
um grupo de intérpretes de língua sinalizada estabeleceu o Registro de
Intérpretes para Surdos. Esse registro assumiu a responsabilidade de formação,
treinamento e avaliação, estabelecendo código de comportamento ético. Promoveu,
também, workshops com a finalidade de implementar um sistema de
avaliação nacional, naquele país, para testar e certificar os intérpretes
habilitados a desempenhar suas atividades.
Nos séculos
XVIII e XIX, em decorrência da revolução industrial, há maior crescimento nas
cidades, trocando também as concepções acerca do trabalho e do papel das
pessoas surdas na sociedade. Para evitar o isolamento dos surdos as
instituições com fins religiosos, educativos, sociais e de ajuda em geral
ofereciam diferentes serviços para a comunidade surda. As pessoas que tinham
contato com algum parente surdo assumiram o papel de “ponte” entre a comunidade
surda e os ouvintes, situação semelhante, no espaço familiar, aconteceu com os
filhos ouvintes de pais surdos pela aquisição e fluência com que os filhos, em
convivência com seus pais, tinham da língua, desenvolviam a atividade de
interpretar, intermediando surdos e ouvintes.
Intérprete de LIBRAS
O intérprete de LIBRAS é o profissional que tem
competência e proficiência para interpretar da LIBRA para a Língua Portuguesa,
ou vice-versa.
A Lei nº 12.319, de 1º/09/2010, regulamentou a
profissão do Tradutor e Intérprete da LIBRAS. Na prática, o intérprete serve de
ponte entre os surdos usuários da LIBRAS e os ouvintes, com objetivo de
estabelecer a comunicação entre ambos. Assim, se o Decreto nº 5.626/2005 fosse
cumprido, veríamos em todos os órgãos públicos, hospitais e escolas a atuação
desse profissional.
De acordo com o artigo 6º da Lei nº 12.319/2010, estas
são as atribuições do tradutor e do intérprete de LIBRAS, no exercício de suas
competências:
I - efetuar comunicação entre surdos e ouvintes,
surdos e surdos, surdos e surdos cegos, surdos-cegos e ouvintes, por meio da
Libras para a língua oral e vice-versa;
II - interpretar, em Língua Brasileira de Sinais -
Língua Portuguesa, as atividades didático-pedagógicas e culturais desenvolvidas
nas instituições de ensino nos níveis fundamental, médio e superior, de forma a
viabilizar o acesso aos conteúdos curriculares;
III - atuar nos processos seletivos para cursos na
instituição de ensino e nos concursos públicos;
IV - atuar no apoio à acessibilidade aos serviços e às
atividades-fim das instituições de ensino e repartições públicas;
V - prestar seus serviços em depoimentos em juízo, em
órgãos administrativos ou policiais.
Como se pode observar, a contribuição do intérprete na
inclusão dos surdos na sociedade se dá pelo fato dele ser mediador na
comunicação destes com outras pessoas, inclusive entre os próprios surdos, pois
nem todo surdo é usuário da língua de sinais brasileira.
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